E se eu flutuasse como bolha de sabão viajando pelo azul do céu?
Com certeza não haveria de me preocupar com a rotina da cidade, com o tempo ou
com qualquer outra coisa que não seja voar e observar tudo lá de cima.
Ver como é pequeno o ser humano mediante a natureza e
perceber que em meio a tantos problemas podemos sim tirar um tempo para ver
como o mundo é lindo e cheio de cores.
Queria novamente a possibilidade de olhar para o mundo com
os olhos de uma criança. Queria ver a inocência na vida, nas pessoas, nas
atitudes e nos olhares. Queria voar sem destino e ver aonde o vento ia me levar
e como ia me surpreender.
Liberdade. Palavra que não usamos. Somos escravos do tempo e
da rotina do dia a dia. Vivemos presos numa bolha chamada zona de conforto. Lá
tudo é moderado, calculado e vivido de uma forma mecânica. Qual foi o dia em
que saímos de casa sem nada planejado e com disposição para admirar o sol, as
árvores, o céu e até mesmo as pessoas?
Viver é saber usar o tempo e as coisas a seu favor. É saber
reconhecer quando seu corpo pede descanso. É olhar para uma criança brincando e
sorrir. É andar de mãos dadas e demonstrar afeto a quem se ama. Viver é voar
sem destino e ser feliz como pode. Viver é sair da zona de conforto e romper as
barreiras que nos assombram. Viver é curtir a vida admirando como ela é bela
como se estivesse flutuando numa bolha de sabão.
(Nathara P. Souza)